Por Nátsan Matias
Uma pesquisa, realizada pela Fundação Telefônica,
chamada de “Gerações Interativas Brasil”, ocorrida entre os anos de 2010-11,
destaca que 75% dos adolescentes brasileiros são usuários das novas tecnologias
disponibilizadas pela rede mundial de computadores. Esse dado não chega a ser
novidade, presumindo o que estamos presenciando na área da tecnologia da
informação, porém apesar desta era digital na qual vivemos, um dado interessante
da pesquisa, informa que a televisão ainda é o meio de contato com o mundo para
mais de 90% das crianças e dos jovens brasileiros. A pesquisa revela que entre
os programas de maior preferência dos jovens (homens 31,9% e mulheres 46,5%)
estão os reality shows (A fazenda, Big Brother, Fama, Sobreviventes etc). É
importante trazer essa informação a tona, considerando uma avaliação
necessária, em se tratando da televisão. Uma simples “zapeada” nos canais
abertos disponíveis – e em horários muito acessíveis às crianças e adolescente,
perceberemos o predomínio de uma “overdose” de aspectos relacionados à queda,
controlando a linha editorial de vários programas, especialmente os
humorísticos. Não há dúvidas de que esse é um resultado trazido pela gritante indiferença
da sociedade, também obscurecida na sua capacidade para julgar o que é bom e
para rejeitar o que é claramente retrato da rebelião contra Deus.
Apesar desse quadro, há muitos aspectos nestes
novos tempos de comunicação, que podem ser destacados como positivos. Não se
deve negar que a tecnologia, a que temos acesso, é uma excelente ferramenta
para que tenhamos melhores recursos em diversas, senão em todas as áreas do
desenvolvimento humano. É óbvio, ainda, que não podemos, tamanha evolução que
tais ferramentas produziram, imaginar a vida sem essas facilidades. Certamente
que elas devem e podem ser consideradas como bênçãos de Deus, para que, por
meio delas, tivéssemos mais capacidade e amplitude de comunicação. Ou seja, com tais recursos
disponíveis, temos melhores condições para estabelecer diálogos, antes mais
difíceis - senão até impossíveis. Essas novas ferramentas tecnológicas para
comunicação, são dádivas de Deus para que, por exemplo, tivéssemos mais tempo
disponível a fim de realizar aquelas atividades, para as quais sempre elencamos
a desculpa da “falta de horas livres”. O insuficiente tempo livre, inclusive,
sempre foi, é e será a base última para frases tais como: “Infelizmente não
poderei me envolver com esse ministério, porque não tenho tempo...”, ou ainda:
“Gostaria de poder encontrar uma maneira de liberar mais tempo em minha agenda,
quando eu conseguir isso, então serei um pai melhor, um servo de Deus melhor ou
conseguirei mais tempo para viajar com minha família. Quanto eu tiver mais
tempo irei àquela pescaria com os amigos. Quanto eu tiver mais tempo eu vou ter
condições de discipular aquele amigo”.
Nossa visão precisa ser ampliada na direção
destas oportunidades (Cl 4.5), considerando que elas disponibilizam acesso a
grande percentual de adolescentes e jovens, que têm as novas tecnologias,
especialmente a internet, como o seu principal meio de contato com o mundo.
Pesquisas, já destacadas aqui, expõem o grande campo a ser ocupado pela
criatividade cristã para falar com todas as faixas etárias, especialmente com
jovens, adolescentes e crianças, através da internet e suas comodidades. Outro
número relevante levantado pela pesquisa Cisco Connected Techonology World
Report revela que 50% dos estudantes brasileiros preferem muito mais a
interação pelas redes sociais do que pessoalmente e que a maioria dos jovens
brasileiros, não conseguem dizer o que é mais importante entre a internet e
gêneros de primeira necessidade, como água e comida. Revela ainda que 47% dos
usuários das redes sociais, são mais felizes na vida virtual do que na real. É
claro que o virtual não pode substituir o contato presencial, mas esse “mundo
virtual” não pode e não deve ser ignorado ou, o que é pior, entregue
covardemente aos expoentes do pensamento caído, para que eles continuem
deformando o pensamento e o comportamento destas faixas etárias.

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