quinta-feira, 9 de abril de 2015

TECNOLOGIA E EVANGELIZAÇÃO NO MUNDO PÓS-MODERNO

         Por Nátsan Matias

Uma pesquisa, realizada pela Fundação Telefônica, chamada de “Gerações Interativas Brasil”, ocorrida entre os anos de 2010-11, destaca que 75% dos adolescentes brasileiros são usuários das novas tecnologias disponibilizadas pela rede mundial de computadores. Esse dado não chega a ser novidade, presumindo o que estamos presenciando na área da tecnologia da informação, porém apesar desta era digital na qual vivemos, um dado interessante da pesquisa, informa que a televisão ainda é o meio de contato com o mundo para mais de 90% das crianças e dos jovens brasileiros. A pesquisa revela que entre os programas de maior preferência dos jovens (homens 31,9% e mulheres 46,5%) estão os reality shows (A fazenda, Big Brother, Fama, Sobreviventes etc). É importante trazer essa informação a tona, considerando uma avaliação necessária, em se tratando da televisão. Uma simples “zapeada” nos canais abertos disponíveis – e em horários muito acessíveis às crianças e adolescente, perceberemos o predomínio de uma “overdose” de aspectos relacionados à queda, controlando a linha editorial de vários programas, especialmente os humorísticos. Não há dúvidas de que esse é um resultado trazido pela gritante indiferença da sociedade, também obscurecida na sua capacidade para julgar o que é bom e para rejeitar o que é claramente retrato da rebelião contra Deus.
Apesar desse quadro, há muitos aspectos nestes novos tempos de comunicação, que podem ser destacados como positivos. Não se deve negar que a tecnologia, a que temos acesso, é uma excelente ferramenta para que tenhamos melhores recursos em diversas, senão em todas as áreas do desenvolvimento humano. É óbvio, ainda, que não podemos, tamanha evolução que tais ferramentas produziram, imaginar a vida sem essas facilidades. Certamente que elas devem e podem ser consideradas como bênçãos de Deus, para que, por meio delas, tivéssemos mais capacidade e amplitude  de comunicação. Ou seja, com tais recursos disponíveis, temos melhores condições para estabelecer diálogos, antes mais difíceis - senão até impossíveis. Essas novas ferramentas tecnológicas para comunicação, são dádivas de Deus para que, por exemplo, tivéssemos mais tempo disponível a fim de realizar aquelas atividades, para as quais sempre elencamos a desculpa da “falta de horas livres”. O insuficiente tempo livre, inclusive, sempre foi, é e será a base última para frases tais como: “Infelizmente não poderei me envolver com esse ministério, porque não tenho tempo...”, ou ainda: “Gostaria de poder encontrar uma maneira de liberar mais tempo em minha agenda, quando eu conseguir isso, então serei um pai melhor, um servo de Deus melhor ou conseguirei mais tempo para viajar com minha família. Quanto eu tiver mais tempo irei àquela pescaria com os amigos. Quanto eu tiver mais tempo eu vou ter condições de discipular aquele amigo”.

Nossa visão precisa ser ampliada na direção destas oportunidades (Cl 4.5), considerando que elas disponibilizam acesso a grande percentual de adolescentes e jovens, que têm as novas tecnologias, especialmente a internet, como o seu principal meio de contato com o mundo. Pesquisas, já destacadas aqui, expõem o grande campo a ser ocupado pela criatividade cristã para falar com todas as faixas etárias, especialmente com jovens, adolescentes e crianças, através da internet e suas comodidades. Outro número relevante levantado pela pesquisa Cisco Connected Techonology World Report revela que 50% dos estudantes brasileiros preferem muito mais a interação pelas redes sociais do que pessoalmente e que a maioria dos jovens brasileiros, não conseguem dizer o que é mais importante entre a internet e gêneros de primeira necessidade, como água e comida. Revela ainda que 47% dos usuários das redes sociais, são mais felizes na vida virtual do que na real. É claro que o virtual não pode substituir o contato presencial, mas esse “mundo virtual” não pode e não deve ser ignorado ou, o que é pior, entregue covardemente aos expoentes do pensamento caído, para que eles continuem deformando o pensamento e o comportamento destas faixas etárias.

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